Doenças Imunológicas

Doenças imunológicas ocorrem quando o sistema imunológico, responsável pela proteção do organismo contra as infecções, não funciona corretamente. Como resultado as pessoas ficam mais suscetíveis a contrair doenças.
Existem uma grande variedade de doenças imunológicas, entre elas a imunodeficiência primária (IDP) e púrpura trombocitopênica imune (PTI).
Imunodeficiência Primária
O sistema imunológico atua para proteger o organismo de infecções. Essas infecções podem ser causadas por vários agentes, incluindo bactérias, vírus, fungos e parasitas. O sistema imune utiliza os linfócitos (ou outro tipo de células brancas do sangue) e as imunoglobulinas (ou anticorpos) para combater esses invasores externos.
Na imunodeficiência, uma ou mais partes do sistema imunológico não funcionam. Se uma pessoa nasce com essa condição ela é chamada de imunodeficiência primária (IDP). Pessoas com imunodeficiência primária têm dificuldade em combater as infecções devido à produção inadequada de anticorpos.
Se o organismo de uma pessoa tem falta de imunoglobulina (anticorpos) e pode ser beneficiada pelo aumento temporário desta, a reposição de imunoglobulina é indicada. Essa imunoglobulina para reposição tem sido extraída de plasma humano (a porção líquida do sangue). Quando a reposição de imunoglobulina é aplicada em uma pessoa, ela é chamada de terapia de reposição de imunoglobulina ou imunoterapia.
Púrpura trombocitopênica imune
Um outro tipo de doença imunológica é a púrpura trombocitopênica imune (PTI), um distúrbio hemorrágico que freqüentemente causa manchas roxas na pele podendo causar risco de vida caso a hemorragia ocorra, por exemplo, no cérebro.
Para entender a PTI, é melhor definir cada termo que constitui o seu nome. Púrpura refere-se as manchas cutâneas roxas (púrpura) devido a hemorragia local. Trombocitopênica indica que a doença está relacionada com o baixo nível de trombócitos, ou plaquetas, células presentes no sangue que ajudam na coagulação. Imune significa que a doença é causada pelo sistema imune, que geralmente defende o organismo contra as infecções, mas que nesse caso causa a destruição das plaquetas.
Existem duas formas de PTI: a aguda e a crônica. A forma aguda ocorre normalmente em crianças e dura por cerca de 6 meses. A forma crônica acomete principalmente adultos na faixa de 20 a 40 anos e permanecem por mais de 6 meses, uma vez que os pacientes sofrem de ataques hemorrágicos freqüentemente.
O tratamento recomendado é a terapia como imunoglobulina com o intuito de elevar o número de plaquetas e ajudar no controle hemorrágico.



Artrite reumatóide

 Também conhecida como artrite degenerativa, artrite anquilosante, poliartrite crônica evolutiva (PACE) ou artrite infecciosa crônica é uma doença auto-imune sistêmica, caracterizada pela inflamação das articulações (artrite), e que pode levar a incapacitação funcional dos pacientes acometidos. Além de danificar as articulações possui manifestações sistêmicas como: rigidez matinal por pelo menos uma hora, fadiga e perda de peso.
Acredita-se que a origem da doença seja uma alteração do sistema imunológico, que passa a agir contra proteínas próprias do organismo e localizadas nas articulações (embora possa agir também em outros sítios do organismo).

Doença Celíaca

 Também conhecida como enteropatia glúten-induzida, é uma patologia autoimune que afeta o intestino delgado de adultos e crianças geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos que contêm glúten. A doença causa atrofia das vilosidades da mucosa do intestino delgado, causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água.
Os sintomas podem incluir diarréia, dificuldades no desenvolvimento (em crianças) e fadiga, embora possam estar ausentes. Além disso, diversos sintomas associados em todos os sistemas do corpo humano já foram descritos.
A doença é muito comum, afetando aproximadamente 1% das populações Indo-européias, embora seja significativamente não-diagnosticada, já que na maioria dos portadores ela causa sintomas mínimos ou ausentes. Ocorre mais comumente em mulheres, na proporção de 2:1, e é mais comum em parentes de primeiro grau de portadores.

Esclerose Múltipla 

 Ou esclerose disseminada é uma doença neurológica crônica, de causa ainda desconhecida, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas (pessoas comgenótipo caucasiano).
Este tipo de patologia leva a uma destruição das bainhas de mielina que recobrem e isolam as fibras nervosas (estruturas do cérebro pertencentes ao Sistema Nervoso Central ou SNC).
Esta doença causa uma piora do estado geral do paciente: fraqueza muscular, rigidez articular, dores articulares e descoordenação motora. O doente sente dificuldade para realizar vários movimentos com os braços e pernas, perde o equilíbrio quando fica em pé, sente dificuldade para andar, tremores e formigamentos em partes do corpo.
Em alguns casos a doença pode provocar insuficiência respiratória, incontinência ou retenção urinária, alterações visuais graves, perda de audição, depressão e impotência sexual.
Nos estágios mais graves da doença, pode ocorrer um comprometimento respiratório. Isto pode acarretar episódios de infecção ou insuficiência respiratória, que devem ser tratados com atenção e rapidez, para minimizar o desconforto do paciente e coibir uma piora do seu estado geral.
Para minimizar os desconfortos respiratórios causados por esta patologia, são utilizados métodos tais como:
  • Exercícios para desobstruir os brônquios;
  • Exercícios para reexpansão pulmonar;
  • Reeducação diafragmática e da musculatura acessória, com uso de incentivadores respiratórios.

Síndrome de Sjögren 

Ou síndrome de Goujerot-Sjögren é uma desordem autoimune na qual as células imunes atacam e destróem as glândulas exócrinas que produzem lágrimas e saliva.
A condição recebe o nome em homenagem ao oftalmologista sueco Henrik Sjögren (1899-1986), primeira pessoa a descrevê-la.
A síndrome é também associada com distúrbios reumáticos como a artrite reumatóide e é positiva para fator reumatóide em 90% dos casos. Os sintomas-chave da síndrome de Sjögren são a boca seca (xerostomia) e olhos secos. Além disso, a síndrome de Sjögren pode causar secura da pele, nariz e vagina, podendo afetar outros órgãos do corpo, incluindo os rins, vasos sanguíneos, pulmões, fígado, pâncreas e cérebro. Nove em cada dez pessoas com a síndrome são mulheres e a idade média de início da síndrome é o final da quarta década de vida. No entanto, a síndrome pode ocorrer em todos as faixas etárias e em ambos os sexos. Estima-se que atinja 4 milhões de pessoas nos Estados Unidos, sendo no país a segunda doença reumática auto-imune mais comum.


Vitiligo

 É uma doença não-contagiosa em que ocorre a perda da pigmentação natural da pele. Sua etiologia ainda não é bem compreendida, embora o fator autoimune pareça ser importante. Contudo, estresse físico, emocional, e ansiedade são fatores comuns no desencadeamento ou agravamento da doença. Patologicamente, o vitiligo caracteriza-se pela redução no número ou função dos melanócitos, células localizadas na epiderme responsáveis pela produção do pigmento cutâneo — a melanina. A doença pode surgir em qualquer idade, sendo mais comum em duas faixas etárias: 10 a 15 anos e 20 a 40 anos.
Essa despigmentação ocorre geralmente em forma de manchas brancas (hipocromia) de diversos tamanhos e com destruição focal ou difusa. Pode ocorrer em qualquer segmento da pele, inclusive na retina (olhos). Os locais mais comuns são a face, mãos e genitais. Os pêlos localizados nas manchas de vitiligo se tornam esbranquiçados. O local atingido fica bastante sensível ao sol, podendo ocorrer sérias queimaduras caso exposto ao sol sem protetor, conferindo um risco para o desenvolvimento de câncer de pele.